quinta-feira, 25 de junho de 2015

Alunos não gostam de ler



Quando se fala em ler, geralmente a reacção dos alunos costuma ser de repúdio e cansaço. Acostuma-se com a obrigatoriedade de ler um livro por semestre para preencher fichas de leitura e posteriormente fazer provas e testes, os alunos associam os livros a tarefas repetitivas e maçantes. Assim, o professor que pretenda estimular os alunos a ler precisa deixar a angústia de lado e se rebelar contra as práticas comuns no trabalho com os textos.

O problema começa muito cedo, pois se considera que a criança entra em contacto com a leitura apenas quando chega à escola… A família não tem o hábito de ler… Livros não são considerados presente, muito menos nos aniversários! Então se remete ao professor, e somente ao professor, a tarefa de ensinar a ler. Assim, deixa-se de lado o que ensina Paulo Freire ao dizer que a leitura como percepção do mundo precede a leitura da palavra. 

Portanto, ler é conferir significação ao que nos é apresentado, o que qualquer criança faz, ainda que o texto não seja escrito. O desinteresse dos alunos diante do livro acontece devido à automatização da leitura expressa nas questões objectivas e repetitivas presentes nas avaliações.
 
 Na moderna sociedade multimédia, leitura e cultura costumam vir associadas, e muito se cobra do professor de Português no que concerne à elaboração de actividades de leitura e produção de textos. No entanto, ele se vê diante de uma situação nada alentadora e acaba por repetir fórmulas antigas – criando o "clima de campo de concentração" – e nem sempre tem coragem de "ousar" propor uma nova metodologia. Alternativas metodológicas na análise de textos precisam deixar de ser "terreno inexplorado".

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