Quando
se fala em ler, geralmente a reacção dos alunos costuma ser de repúdio e cansaço.
Acostuma-se com a obrigatoriedade de ler um livro por semestre para preencher
fichas de leitura e posteriormente fazer provas e testes, os alunos associam os
livros a tarefas repetitivas e maçantes. Assim, o professor que pretenda
estimular os alunos a ler precisa deixar a angústia de lado e se rebelar contra
as práticas comuns no trabalho com os textos.
O
problema começa muito cedo, pois se considera que a criança entra em contacto
com a leitura apenas quando chega à escola… A família não tem o hábito de ler…
Livros não são considerados presente, muito menos nos aniversários! Então se
remete ao professor, e somente ao professor, a tarefa de ensinar a ler. Assim,
deixa-se de lado o que ensina Paulo Freire ao dizer que a leitura como
percepção do mundo precede a leitura da palavra.
Portanto, ler é conferir
significação ao que nos é apresentado, o que qualquer criança faz, ainda que o texto
não seja escrito. O desinteresse dos alunos diante do livro acontece devido à
automatização da leitura expressa nas questões objectivas e repetitivas
presentes nas avaliações.
Na
moderna sociedade multimédia, leitura e cultura costumam vir associadas, e
muito se cobra do professor de Português no que concerne à elaboração de actividades
de leitura e produção de textos. No entanto, ele se vê diante de uma situação
nada alentadora e acaba por repetir fórmulas antigas – criando o "clima de
campo de concentração" – e nem sempre tem coragem de "ousar"
propor uma nova metodologia. Alternativas metodológicas na análise de textos
precisam deixar de ser "terreno inexplorado".
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