quarta-feira, 13 de maio de 2015

Estudantes universitários: Fome e Prostituição

Prostituição: Base do sustento de alguns estudantes
Reportagem

Meninas e rapazes elegantes e bem cuidados, com uma idade compreendida entre 17 a 25 anos e Universitários. Este é o perfil dos que trocam cama por dinheiro e sexo por favores. Filhos de famílias de classe média a classe média alta são os que mais recorrem a esta Profissão, tida pela sociedade como a mais antiga e a menos aprovada.

Muitos dos Universitários prostituem se por coisas supérfluas. Como é o caso de: bens materiais, troca de favores, troca de sexo por nota, arranjar dinheiro para discotecas entre outros. É o que prevalece no caso deste jovem. 

Com apenas 17 anos de idade Carlos (nome fictício), um jovem de 25 anos da ilha de Santigo começou a se prostituir. Um estudante da Universidade de Cabo Verde que trocou sexo por bens matérias e acabou perdendo partes da juventude, segundo explica. Iludido pelos amigos, como os viam, deixou-se levar pelos prazeres da vida da prostituição. Não possuindo muitas condições financeiras que lhe pudesse sustentar a sua vaidade recorreu a esta prática que segundo a sociedade é um acto imoral. 

Na sua maioria são estudantes das ilhas, como é o caso da do Fogo e São Vicente assim explica o Sociólogo Alexandre Silveira. “Os estudantes que estão a praticar a prostituição são na sua maioria das ilhas, por causa da falta de condições que os familiares tem e também por causa da falta de comunicação por parte dos pais para com seus filhos. Este caso repete-se com mais frequência na ilha do Fogo. Os adolescentes e jovens crescem limitados e sem informação”. 

Iniciam-se “na vida” ao chegarem a cidade da Praia, com o objetivo de arcar com despesas de moradia, alimentação e materiais académicos.
Esses jovens, moças e rapazes, são apresentados a esse mundo por amigos e amigas ou buscam sozinhos ao perceberem quão difícil e demorado pode ser a conquista de um conforto financeiro e uma vida mais luxuosa. 
“Enquanto um estudante universitário consegue um estágio remunerado, alguns jovens temem que o conforto demore demais e buscam uma alternativa mais “simples”. Na verdade, aparentemente mais simples, porque a prostituição não é algo fácil e nem agradável”, conta-nos Maria (nome fictício). 
Estudante da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde, natural da ilha do Fogo e faz troca de sexo por dinheiro para arcar com as despesas.

Falta de dinheiro para pagar as propinas, renda de casa, alimentação, transporte, hospital, são alguns dos porquês que a leva a se prostituir. Ela recorre aos homens mais velhos, casados e que possuem boas condições financeiras para poder lhe ajudar.

“Entrei nessa vida por causa de falta de dinheiro. É a principal causa da minha prostituição. Quando não se tem condições para arcar com as despesas básicas qualquer coisa serve, neste caso até a prostituição”. Completa Maria.

Prostituição é a actividade que consiste em oferecer satisfação sexual em troca de remuneração, de maneira habitual e promíscua. Baseia-se em valores culturais que diferem em várias sociedades e circunstâncias, mas geralmente se refere ao comércio sexual de mulheres para satisfação de clientes masculinos e vice-versa. Também há formas masculinas de prostituição homossexual e, em menor proporção, entre homens que alugam seus serviços para mulheres.

Face a esta questão a psicóloga Ana Domingos acrescenta que realmente a prostituição não só é vista por parte das mulheres mas também por parte dos rapazes. “São pouco os casos mas em várias Universidades de Cabo Verde isso acontece. O ensino em Cabo Verde é caro e os pais não apoiam muito os seus filhos”, Diz. 
A crise económica continua golpeando com força particularmente, os jovens. Cabo Verde não foge a regra, pois o desemprego constitui a principal barreira psicológica de milhares de jovens e ninguém parece ter esperança de que as coisas melhorem nos próximos anos. Uns por falta de condições financeiras e outros por pura vaidade.

A vaidade está na base da prostituição dos dois jovens são-vicentinos: António e Pedro (nomes fictícios) ambos vivem na cidade da Praia. Iniciaram esta prática desde o começo do ano lectivo  na Universidade PIAGET e não o fazem por falta de dinheiro mas sim pela diversão. Quem explica é o Pedro que agora tem 25 anos e tem mais experiência do que o companheiro.
Na universidade de cabo verde e no PIAGET são as que tem maior número de comércio sexual face as outras existentes em cabo verde. O caso vem aumentando paulatinamente no decorrer dos anos. A cada ano chega-se mais estudantes e a cada ano acrescenta-se o número de prostitutas. O objectivo desta prática é garantir o término do curso, explica o Sociólogo Alexandre Silveira.

Esta profissão tende a ganhar contornos preocupantes no arquipélago. O número de jovens que se dedicam a essa actividade é na sua maioria estudantes universitários. O impacto da prostituição deixa marcas para toda a vida segundo o Sociólogo.

Essas pessoas têm mais probabilidade de serem violadas, maltratadas fisicamente e de terem doenças sexualmente transmissíveis. A nível Psicológico tem baixa auto-estima no caso de não terem alternativa e vergonha da própria pessoa, acrescenta a Psicóloga.

Neste momento há cerca de mil estudantes com dividas de propinas na Universidade de Cabo Verde na cidade da Praia. Segundo alguns estudantes esta é uma das fases que as levam a se prostituírem.



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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Estudantes da UNICV não têm cartão de identificação

Alunos que estudam na universidade pública de Cabo Verde não possuem cartão que lhes identifiquem e por isso tem que tirar uma Declaração de identificação para poderem apresentar-se como estudantes da UNICV. 
Estudantes da Universidade Pública de Cabo Verde

Foi o caso de um grupo de estudantes do curso de jornalismo do 3º ano. Eles precisam fazer um trabalho escolar, mas para poderem fazer as entrevistas noutras instutições devem ter cartão de estudantes. E sem isso não conseguiram fazer o trabalho a tempo porque a referida Declaração demora uns dias para ser entregue.
Saidon Bamba aluno desta Universidade disse que é uma das coisas que deveria ser feito na UNICV á muito tempo. “ É importante porque ao ter este cartão vamos conseguir identificar sem problemas como estudante desta casa em qualquer lugar que formos”.
Os alunos estão a reclamar por falta da identificação e dizem que isto deveria ser feito antes de abrir o curso de Medicina na Universidade de Cabo Verde.