quarta-feira, 29 de abril de 2015

Estudantes marcam presença no lançamento do livro "Tratado Poético da Cabo-Verdianidade"

O livro tratado Poético da cabo-verdianidade de Silvino Lopes Évora foi lançado ontem na biblioteca Nacional e teve como público na sua maioria estudantes e alguns professores. É uma obra poética que mostra em pequenas palavras e frases curtas as qualidades de cabo verde. O livro é composto por poemas que segundo Daniel Medina Professor Universitário são declarações de amor para Cabo Verde. Abrão Vicente por sua vez disse que esta obra liga os problemas á sua terra.
Silvino Évora já lançou vários outros livros, desta vez fez diferente, através desta obra literária mostrou o quanto Cabo Verde é importante na sua vida. Assim como disse Daniel Medina no seu discurso do lançamento, “ a poesia é o sentimento que resta no coração e sai pelas mãos do poeta”.
Os estudantes que ali estiveram apreciaram a obra e aprovaram as poesias do livro “Tratado Poético da Cabo-Verdianidade”.
O lançamento contou com a presença do Ministro da Cultura Mário Lúcio, Rui Semedo Ministro da Defesa, professores de várias Universidades e na sua maioria estudantes.
A apresentação esteve a cargo de Abrão vicente e Daniel Medina.
Nascido em Chão-Bom, Tarrafal de Santiago, Silvino Évora é professor universitário e dirige as publicações da Editorial Sotavento. É autor de vários livros, entre poesia e teses académicas. Escreve artigos científicos e participa frequentemente em congressos internacionais.

sábado, 25 de abril de 2015

República: Lar dos estudantes

“Boa ou não o importante é morar”. São algumas palavras pronunciadas por estudantes vindos de algumas ilhas de Cabo Verde e que passam os tempos dividindo tudo com todos. Estão espalhados por toda a parte da capital do país e com o único objectivo, “estudar para ter um futuro melhor”. Dividem quarto, cozinha, casa de banho e tudo que se possa dividir. Fazem república com diversos tipos de estudantes e de vários pontos das ilhas. Enfrentam vários desafios e compartilham vários problemas. 

Um dos aspectos mais contundente é a questão de falta de dinheiro para arcar com as suas despesas. É por isso e por outras razões que ao chegar o final do mês o rosto muda, o humor altera, a conversa desaparece e a tristeza substitui o prazer de ser estudante, perante outro colega do quarto.

“Ser estudante universitário é a fase mais difícil de uma pessoa. É a fase que lhe permite sair da dependência dos pais e passar a ser independente. No entanto digo que é esta fase que mais dá falência aos nossos pais”. Diz Andreia estudante de Ciências de Educação.
Muitos estudantes não têm como pagar para morarem sozinhos e por esta razão aceitam qualquer proposta afim-de dividirem um quarto. Por vezes num quarto mora cinco pessoas, “assim paga-se menos”, completa outro estudante de Inglês.

Universitários vindos do interior da ilha de santiago compartilham espaços com outros estudantes. O único problema quando se quer dividir o quarto é a diferença cultural, social e económica. “Há alunos que são menos pacientes, mais inquietos e que também não gostam de participar nos afazeres do dia-a-dia e sobrecarrega o outro. A meu ver sempre termina em confusão. E há outros estudantes que possuem mais condições financeiras do que outros e quando chega o final do mês é um vaivém que não acaba ”,diz.

A maioria dos alunos não possuem bolsas de estudo e dependem dos familiares para o auto-sustento. Passam imensas dificuldades durante um período de quatro anos. 

Segundo uma estudante de Francês, ela chara todos os dias quando vê que não há como resolver uma situação. Há outros que até já desistiram de estudar e enveredaram para outro caminho mais fácil que é trabalhar e assim garantir o estudo futuramente.  

Estudante de 2º ano de Engenharia Civil “Empresário”

Adilson Pereira Empreendedor
Estudante de 2º ano de engenharia Civil na Universidade de Cabo Verde é atual Sócio e Gerente da empresa “Pereira e Correia”. Desde cedo desenvolveu aptidão para o negócio e antes de terminar o ensino superior já é dono de uma empresa de materiais de construção civil, juntamente do seu colaborador Wilson Correia. É estudante e divide as horas de estudo com o trabalho.

Com apenas 12 anos de idade começou a trabalhar quando ainda morava com a sua família em Assomada. Mesmo conhecendo as condições financeiras dos pais, Adilson quis ter uma licenciatura. Não foi fácil arcar com as despesas por isso, abandonou os estudos no segundo ano. Logo depois trabalhou como funcionário da empresa MLCV Invest (atual Pereira e Correia) liderado por Nelson Soares, para poder arranjar dinheiro e poder continuar o curso. A surpresa veio quando Nelson Soares indicou Adilson para continuar com a empresa. Agora ele gere, vende, e atende os clientes. Depois da renovação na empresa em termos da liderança “Pereira e Correia” já tem um ano de vida.

É batalhador, persistente e bastante comunicador por isso acha que estas qualidades pessoais o ajuda a ser um empresário criativo. 
Recorre sempre que possível a terceiros para poder esclarecer e aconselhar-se de alguma coisa que não tem certeza de como agir. Nos primeiros cinco meses a sua empresa iniciou com 100 contos no fundo de maneio e 100 contos de dívidas. Até agora não conta com nenhum apoio por parte de nenhuma instituição.

O rosto da loja "Pereira e Correia"
O empreendedor Adilson diz ter como modelo seu ex-chefe e espelha muito no que ele fazia para obter o sucesso da empresa. Trabalha oito horas por dia de segunda a segunda, sem férias e diz primar pelo desenvolvimento da empresa. Não utiliza o poder como forma de comando mas sim inteligência e conhecimento. “Não acho correto utilizar o poder para obter o sucesso mas sim trabalhar com afinco para consegui-lo” diz. Até agora tem como funcionários pessoas conhecidas e amigos. Mas diz que se um dia vier seleccionar alguém vai ter como base entrevistas e testes de conhecimento sobre a empresa

Segundo Adilson o seu negócio tem boa posição no mercado devido aos produtos que ele diz ser básico para qualquer pessoa. 
Produtos da loja
Como um líder se descreve sendo observador, atencioso e opinador e isso ajuda-o a ter uma empresa bem comandada. A sua equipe desenvolveu desde o início de “Pereira e Correia” em Maio de 2014. 

O sucesso é o objectivo primordial no seu negócio e lhe dá mais satisfação quando tudo está bem. Para este empreendedor o erro é o caminho para o certo e sempre trata bem os colaboradores que erram fazendo-os assumir o erro.

Na empresa “Pereira e Correia” vende-se diversos tipos de materiais de construção civil. Prima pela qualidade dos produtos e preços justos e utiliza informações dos fabricantes para atrair mais clientes.
Como conselho Adilson Pereira diz que deve sempre ter em conta o que se quer e ter gosto pelo que quer fazer. E que nada é difícil é basta querer.
A empresa situa-se no Palmarejo ao lado da “Mercearia Beto”.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Estudantes das ilhas passam fome para poder estudar

Na sua maioria são estudantes da ilha do Fogo. Saem de suas casas em busca de uma vida melhor e para isso há estudantes que tomam uma refeição por dia. Os pais não tem trabalho permanente, mas mesmo assim querem ver os filhos com habilitações literárias mais alta do que a o deles.

A maioria dos estudantes da Universidade de Cabo Verde que vem das ilhas pertence a ilha do vulcão e são filhos de pais carenciados. A insistência em ter uma licenciatura é justamente para ver se dias melhores virão tanto para os filhos como também para a família toda.

Há estudante que passa um mês ou mais com apenas seis mil escudos, o que não dá nem para pagar um mês de propina e muito menos alimentação. Tem disciplinas em atraso mas não é por causa da falta de interesse, mas sim por não terem força para seguir. Há dias que não tomam o pequeno-almoço, e nem jantam ou seja passam o dia com apenas uma refeição. E isso contribui para o fraco desempenho nas aulas e consequentemente um fraco resultado. O que os fazem desmotivar e deixarem as lágrimas caírem, «que é a única coisa que não se compra» diz uma aluna de Francês.

Segundo o Presidente da Associação Académica da UNICV (ACAD-UNICV-CP) Adilson Neto, há muitos pedidos de apoios por parte dos alunos em particular da ilha do Fogo. Acrescenta ainda que com a erupção vulcânica, o mau ano agrícola, falta de água e desemprego faz com que estes estudantes passem por momentos desagradáveis.

Com a abertura do Restaurante Popular de Cabo Verde (RPCV) no Campus de Palmarejo muitos desses estudantes fazem as refeições ali, e dizem ser uma das melhores coisas que aconteceu uma vez que se cobra apenas 210 escudos para todas as refeições.
“A única coisa que nos resta é estudar, mesmo sem ter como fazer isso. O futuro está a caminho e espero que nos reserve boas surpresas.” Diz Antonieta estudante de inglês.

A ilha do Fogo passa por momentos difíceis face ao ocorrido no dia 22 de Novembro que marcou para sempre a vida dos Foguenses. A maioria está desempregada e muitos nem estão com condições mínimas que qualquer ser humano precisa. É por isso que os estudantes estão a sofrer juntamente dos seus familiares. Não há trabalho, não há dinheiro, e é por isso que estão sujeitos a passarem fome aqui na cidade da Praia.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mobilidade Uni-CV/ UFMG: “É uma oportunidade que todos os estudantes deveriam ter”, Jorge Pedro

Entrevista


O programa de mobilidade entre a Universidade de Cabo Verde e a Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), no Brasil tem sido uma experiência que tem beneficiado muitos estudantes. É o caso de Jorge Pedro Fonseca. Foi um dos estudantes do Mestrado na UNICV que teve a oportunidade de passar quatro meses na UFMG. Ele afirma que “Esta mobilidade é uma oportunidade que todos estudantes deveriam ter”. Jorge Pedro Fonseca foi para Brasil no mês de Julho de 2014 e voltou a 4 de Dezembro do mesmo ano. Teve um semestre na UFMG, voltou e está agora na reta final do mestrado na UNICV. Fez licenciatura em “Serviço Social” na Universidade Estatal de Ulyanovsk na Rússia, e decidiu fazer o mestrado em“Filosofia de educação e direitos humanos e cidadania”.

Jorge Pedro, como é que surgiu a ideia de fazer mestrado na UNICV?
Quis fazer o mestrado por que antes trabalhava como coordenador de BORNEFONDEM, no Fogo, no entanto o meu contrato chegou ao fim. Para não ficar parado, assim como dizem “barku paradu ka tem freti”,resolvi fazer mestrado.
Iniciou o mestrado assim que voltou da Rússia?
Não. Terminei a licenciatura na Rússia, voltei e trabalhei por cinco anos no Fogo e só depois resolvi fazer o mestrado.

Porque enveredou por esta área da Filosofia de Educação?
Foi mais pela segunda parte, Educação pelos Direitos Humanos e Cidadania. Como sou um assistente social, gosto de informar os jovens sobre seus direitos e deveres na sociedade. Queria especializar nesta área, assim poderia tentar ajudar as pessoas. Tenho muitos amigos, sou comunicativo e acho que com isso poderia ajudar a melhorar a sociedade.

Já está a conseguir passar a mensagem sobre os direitos e deveres de cada um?
Sim. Pelo menos ao falar deixo-os saber para onde devem ir, o que devem fazer, com quem falar e a quem recorrer.

Como é que surgiu a oportunidade de fazer um semestre do mestrado na Universidade Federal de Minas Gerais no Brasil?
Através do programa de mobilidade entre UNICV e UFMG. O meu professor informou-nos da oportunidade, mas já era muito em cima da hora. Eu já estava há um ano em Santiago e tinha iniciado o mestrado em Março de 2013. Fui selecionado. Então viajamos no mês de Julho de 2014. Fiquei quatro meses lá e tive que escolher as disciplinas que queria. Durante este tempo fiz muitas coisas. Estudava algumas disciplinas no Brasil e outras em Cabo Verde,  chamava “mestrado sanduíche” por fazer o mestrado entre duas universidades.

Desenvolveu algum projeto durante a estadia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)?
Sim. Foi lá que comecei a fazer pesquisas sobre a minha dissertação de mestrado que é sobre a “Relação entre a Escola e a Juventude”. Aprendi muita coisa, porque, lá, esta problemática já tinha sido discutida antes, enquanto em Cabo Verde, só agora é que as coisas estão a acontecer. E foi no Brasil que mudei o meu tema, porque tinha em mente debruçar-me sobre a “ética e cidadania ou educação pelos direitos humanos e cidadania”. Fiz algumas investigações no Brasil e até agora estou a trabalhar no tema da minha dissertação.

Teve ajuda frequente dos professores no Brasil quando começou a desenvolver o projeto?
Sim. No Brasil, os professores são mais disponíveis.

Quer dizer que há mais facilidade de comunicação na Universidade Federal de Minas Gerais do que em Cabo Verde?
Em termos de comunicação e relação interpessoal não se compara. O professor é teu amigo e ajuda-te. Disponibilizam matérias, as suas salas para trabalhares, ligam-te, enfim querem estar sempre a par.

Conta-nos, como é que foi a experiência de quatro meses (um semestre) longe de Cabo Verde.
Não há palavras para explicar. Tanto a nível de ensino, acolhimento, enfim, relação com o povo brasileiro foi excelente. Posso dizer que me acolheram a 100%. Gostaria muito que a nossa Universidade fizesse o mesmo, já que no mês de Março alguns estudantes do Brasil virão a Cabo Verde. Eu estaria disponível a contribuir por que quando estava na UFMG, havia uma pessoa indicada que nos levava a todo o lado e nos ajudava a resolver os problemas. No Brasil fala-se a língua portuguesa, mas nem sempre conhecíamos os lugares e não sabíamos como tratar de alguns assuntos. Fomos bem tratados.

Qual é a diferença entre as duas universidades (UNI-CV e UFMG)?
Em termos de extensão, a Universidade Federal de Minas Gerais é muito maior que UNI-CV. Para entender melhor, só aquele Campus é maior que a cidade de São Filipe, no Fogo. Por dia cerca de quarenta mil pessoas circulavam lá no Campus. Há muitos livros e matérias na área que comecei a desenvolver e tudo isso enriquece o conhecimento dos estudantes. Por lá também tudo é mais fácil, a comida, a água, o café, tudo é gratuito (risos).

Fez muitas amizades?
Bastantes, com professores, alunos e funcionários. Deram-nos muito apoio, não só a nível de conhecimentos, mas mostraram-nos ou melhor fizeram questão que conhecêssemos o Brasil, não só os lugares mas também a gastronomia nacional. Ou seja apresentaram-nos a sua cultura. Foi nesta parte que o intercâmbio ficou mais enriquecido. Sinto saudade de tudo (risos).

Qual é o balanço que faz dos quatro meses no Brasil?
Dou nota positiva. Ganhei muito e passei a ter maior dedicação no tema que escolhi para desenvolver, porque consegui falar com especialistas da área, obtive conselhos de professores e orientadores. Foi pouco tempo, gostaria que fosse mais (risos).

Quais os conselhos que deixa para os alunos que queiram integrar no projecto de mobilidade com a Universidade Federal de Minas Gerais?
Se encontrarem oportunidades destas para não deixarem escapar, porque só têm a ganhar. É algo diferente e qualquer pessoa ganha muita bagagem em termos de conhecimento.

Perfil 
Jorge Pedro Barbosa Dias da Fonseca é natural da ilha do Vulcão. Nasceu há 33 anos na cidade de São Filipe, no Fogo. Frequentou os estudos primários na mesma cidade e enveredou pela área Económica e Social quando estudava no liceu. Contudo fez o “Ano Zero” na Escola Grande no Platô, na cidade da Praia. Recentemente começou a morar no Palmarejo, na ilha de Santiago, e trabalha agora como Secretário Executivo da Fundação Donana. Fez licenciatura em “Serviço Social” e está na reta final do mestrado em “Filosofia de educação e direitos humanos e cidadania”. Jorge Pedro adora uma boa caminhada e o seu livro predilecto é “The Secret” e nos tempos livres faz o que gosta de fazer que é “Passear”.



Estudantes reclamam da subida do preço das refeições na cantina da UNICV

Estudantes dizem ser uma publicidade enganosa


De 160 para 210 escudos. O restaurante Popular de Cabo Verde (RPCV) que antes funcionava com cerca de 200 clientes agora sobrevive com 130 pessoas. 

A subida iniciou no mês de Março e a comunidade acadêmica reclama que não há qualidade nalgumas refeições e diminuiu também a quantidade servida. Professores, estudantes, funcionários e algumas pessoas que não pertencem a Universidade de Cabo Verde e que consomem no RPCV, dizem que o preço é exuberante face ao buraco que está no bolso de cada um.
Maurício Gomes estudante de quarto ano de Geografia diz estar muito insatisfeito uma vez que sendo universitário arca com as suas despesas e não tem como pagar mais 40 escudos. No entanto não pretende desistir porque poupa tempo e dedica mais nos estudos.

A alimentação servida é acompanhada de nutricionistas e em princípio deveria ser equilibrada segundo o nutricionista Celso Sanches. No entanto a maioria dos clientes que neste caso são os estudantes dizem que depois da subida do preço passaram a comer pão com manteiga todas as manhãs e arroz com carne soja todas as noites.  

A RPCV fixou-se no Campus no mês de Outubro de 2014 e iniciou com uma alimentação nutritiva, equilibrada e a um preço acessível ou seja 160 escudos por três refeições diariamente. Que segundo os estudantes era só publicidade enganosa e para poderem atrair mais clientes.
Para os estudantes que pagavam 99 escudos para um almoço agora passa a pagar 200 escudos. Antes o pacote mensal era de 3680 escudos agora paga-se 4830 escudos.

O nutricionista Celso Sanches disse que esta subida foi implantada com o intuito de aumentar a qualidade da alimentação e ganharem também com isso. Abordando a questão da contradição existente entre os estudantes e o funcionamento da RPCV Celso afirma que de facto o café da manhã e o jantar não está sendo equilibrada. No entanto comer pão com manteiga e arroz com carne de soja são alimentos nutritivos, afirma. O que se deve primar é pelo equilíbrio alimentar.

O funcionário Alex Rocha que trabalha a seis meses no Restaurante Popular disse que a opinião da maioria não conta e que o RPCV está bem servido e com qualidade alimentar.
Por sua vez os estudantes contrariam dizendo que estão a ser tratados como se fossem turistas e não estudantes com dificuldades.

Contatada a atual Gerente do RPCV Fernanda Gomes, para saber melhor o porquê da subida do preço da alimentação mas não se conseguiu qualquer comunicação.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Universitários protestam contra o novo Estatuto dos Políticos


Milhares de Cabo-Verdianos na sua maioria estudantes marcaram a presença esta segunda feira dia trinta de Março, em frente da Assembleia Nacional e manifestaram contra o novo Estatuto dos Titulares dos Cargos Políticos aprovado com unanimidade dos três partidos políticos.


A indignação do povo face a esta situação fez com que saíssem às ruas dois grupos de estudantes, uma da Universidade de Cabo Verde (UNICV) e outra da Escola de Negócios e Governação (ENG). Com o apoio de várias classes sociais marcaram a presença com cartazes, altifalante e gritaram “É povu ki ta poi, é povu ki ta tra”. Permaneceram em frente da Assembleia Nacional içaram cartazes que diziam “Todos os deputados são thugs e corruptos” e outros na sua maioria contra o trabalho dos parlamentares. Rodearam o edifício da Assembleia Nacional e entoaram o hino Nacional que veio acompanhado do lema “Queremos Amílcar Cabral de volta”.

O Presidente da Associação dos estudantes que organizou a manifestação juntamente da comunidade académica da UNICV disse que é uma boa iniciativa e com esta manifestação os deputados vão consciencializar e da próxima vão lembrar que o povo também tem vez e voz. Acrescentou ainda ”simplesmente sou um cidadão preocupado com a situação do país”.

Várias pessoas argumentaram contra o novo Estatuto aprovado no dia  vinte e cinco do mês anterior que por sua vez tende aumentar o salário dos deputados e oferecer  regalias não só para os políticos mas também para os vereadores. Os Cabo-Verdianos reclamaram dizendo que é uma vergonha o que se está a fazer no parlamento num momento em que se pode dizer que há crise nacional.

A multidão seguiu para Várzea e marcharam rumo ao Palácio de Governo, em coro gritaram algumas palavras de ordem como “ Unanimemente aprovado pelo Governo, Unanimemente reprovado pelo povo”.
A manifestação terminou em frente da casa do Presidente da República no Plateau. Contou com a presença de vários civis de diferentes classes sociais e estudantes da UNICV e ENG.
E pretendem continuar com a manifestação por mais dias.


É de realçar que Cabo Verde passa por momentos poucos agradáveis nos últimos tempos, por causa  do naufrágio do navio Vicente e também da eropção vulcânuica que causou danos ireparáveis para o país.